ansiedade, responsabilidade e um mousse amargo de lágrimas
Em meados de tempos de inverso quentes como os desse ano, me pego em uma grande vontade de comer doce.
resolvo fazer mousse de limão,
Minha irmã costuma sempre fazer mousse de limão, mas ela está longe
ao longo do dia, correndo atrás de responsabilidades e sendo pescada pelo contrário da mesma. O aparente mundo parece bem melhor com um doce, um mousse de limão.
Compro os ingredientes, meu amigo me auxilia com o creme de leite, eu comprei o limão e tenho leite condensado.
É engraçado pensar isso, o leite condensado e o limão ambos tem sabores tão distintos, mas juntos e com o creme de leite se transformam em uma fuga do inferno.
Ah como eu queria que meu amado caipira estivesse aqui, e que minha irmã também estivesse
Quem me dera!
Se ela tivesse aqui eu não teria amargado o mousse, com preguiça, coloquei o limão junto ao bagaço
e amargou
amargou o mousse de limão, que infortúnio.
Mas dava para comer, comi juntamente ao meu amigo que doou o creme de leite.
Com gula, mais tarde comi com outro amigo
Este que zombou de minha falta de cuidado com o tal mousse
Assim como minha irmã, ele também sabe fazer muito bem um mousse
E assim como eu, o mousse a ele trazia lembranças
lembranças essas que não poderiam ser revividas em terra
seu tão amado pai gostava de seu mousse
mas ele não teria mais o prazer de lhe oferecer o tal mousse.
e amargou
amargou o mousse de limão com lágrimas, que infortúnio ser tão humano, que infortúnio sentir falta.
Minha irmã também sabe fazer mousse, mas eu não posso comer
eu não posso comer porque ela está longe
a amargou
amargou o mousse de limão, com lágrimas, que infortúnio, que desperdício, que desperdício de ser humano que eu sou
olha o que eu me tornei
uma amargadora de mousses, e de momentos do inverno quente em Marília.
minha irmã e eu |
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